quinta-feira, 16 de julho de 2015

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A RUBÉOLA



Rubéola

Rubéola, também conhecida como sarampo alemão, é uma infecção contagiosa causada por vírus e caracterizada por erupções vermelhas na pele. É uma doença exantemática aguda, de etiologia viral, que apresenta alta contagiosidade, acometendo principalmente crianças. Doença de curso benigno, sua importância epidemiológica está relacionada ao risco de abortos, natimortos e malformações congênitas como cardiopatias, catarata e surdez, denominada síndrome da rubéola congênita (SRC) quando a infecção ocorre durante a gestação. 
CAUSAS
O agente infeccioso da rubéola é um vírus pertencente ao gênero Rubivirus, família Togaviridae. A rubéola é transmitida pelas vias aéreas, através de perdigotos (gotículas de saliva), como a maioria das infecções virais de transmissão aérea. O vírus da rubéola é altamente contagioso e costuma ser transmitida por espirros, tosse, beijo, talheres, ou mesmo através de conversas, caso haja tempo e proximidade suficientes para contato com perdigotos.
O período de incubação da rubéola, ou seja, o intervalo de tempo entre a contaminação e o aparecimento dos sintomas, é em média de 14 a 18 dias. Entretanto, o individuo contaminado já torna-se contagioso entre uma a duas semanas antes da infecção se tornar clinicamente aparente. Isso significa que poucos dias depois de ter sido contaminado, e antes de qualquer sintoma, o paciente já é capaz de passar o vírus para outras pessoas. Em muitos casos a infecção pela rubéola é tão fraca que passa despercebida, o que não impede, porém, que o paciente contamine outras pessoas. Por este motivo, muitos indivíduos com rubéola não conseguem identificar quem os contaminou.
O vírus da rubéola habitualmente invade o organismo pelas vias aéreas, mas cinco a sete dias após a contaminação já se encontra espalhado por todo o corpo, podendo ser encontrado no sangue, urina, pulmão, liquor, pele, etc. Após o aparecimento do rash, a taxa de transmissão começa a cair, deixando o paciente de ser contagioso 5 ou 7 dias depois. 
A doença também pode ser congênita, podendo ser transmitida de mãe para filho ainda durante a gravidez. 

SINTOMAS 
Os principais sintomas da rubéola costumam ser leves e difíceis de serem notados, especialmente em crianças. Quando surgem, os sinais da doença demoram geralmente de duas a três semanas após a exposição com o vírus para se manifestar e duram, em média, de dois a três dias. O principal deles é o surgimento de erupções vermelhas pela pele, que aparecem primeiramente no rosto e depois vão se espalhando pelo tronco, braços e pernas. Entre os outros sintomas da rubéola estão:
· Febre leve
· Dor de cabeça
· Congestão nasal
· Inflamação nos olhos (avermelhados)
· Surgimento de nódulos na região da nuca e atrás das orelhas
· Desconforto geral e sensação de mal-estar constante
· Dor muscular e nas articulações

FATORES DE RISCO
· Ter contato próximo com uma pessoa infectada com rubéola é um grande fator de risco para o contágio.
· Não tomar a vacina tríplice viral, que age também contra o sarampo e a caxumba, pode tornar a pessoa vulnerável ao vírus causador da rubéola
· Recém-nascidos costumam ser a faixa etária de maior risco, uma vez que ainda não foram vacinados contra a doença. Os adultos, por outro lado, não estão livres da rubéola só porque foram vacinados. Pode acontecer de a vacina perder a eficácia e deixar de proteger a pessoa completamente, por isso é recomendável que se tome um reforço da vacina alguns anos após a primeira dose.

BUSCANDO AJUDA MÉDICA
Procure auxílio médico se você ou seu filho apresentarem os sintomas típicos da rubéola.
Se você tem planos de engravidar, consulte um médico para se informar sobre a vacina contra rubéola. Contrair a doença durante o primeiro trimestre da gestação pode causar sérios riscos à saúde do bebê, podendo inclusive levar à má-formação de órgãos e à interrupção da gravidez. A rubéola, durante a gestação, é a principal causa de surdez congênita.
DIAGNÓSTICO 
As erupções na pele causadas pela rubéola se parecem com qualquer outras erupções provocados por doenças similares, por isso um exame físico não basta para confirmar o diagnóstico. O médico, então, pedirá por exames laboratoriais para ter certeza de que se trata de uma infecção por rubéola.
Um esfregaço nasal ou da garganta pode ser enviado para cultura. Também pode ser feito um exame de sangue para verificar se a pessoa está protegida contra a rubéola. Todas as mulheres com possibilidade de engravidar deveriam fazer esse exame. Se o exame der negativo, elas receberão a vacina.

TRATAMENTO
Não há tratamento disponível para interromper a infecção por rubéola, mas os sintomas são tão leves que o tratamento não costuma ser necessário. No entanto, para evitar a transmissão do vírus para outras pessoas que eventualmente não foram vacinadas ou estão precisando tomar o reforço da vacina, os pacientes devem permanecer em casa durante o período de altas chances de contágio.
Se você estiver grávida, converse com seu médico sobre a melhor forma de combater a infecção e impedir que o bebê seja infectado também. As medidas tomadas contra o vírus podem reduzir os sintomas, mas não elimina a possibilidade de a criança nascer com rubéola congênita.

POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES 
Apesar de rubéola ser uma doença considerada branda, pode acontecer de ela evoluir para complicações mais sérias, como otite média e até encefalite.
Grávidas podem apresentar artrite nos dedos, pulsos ou nos joelhos, que pode durar aproximadamente um mês.
As consequências da rubéola para um recém-nascido que herdou a doença da mãe, no entanto, podem ser graves. Entre elas estão:
· Deficiência intelectual
· Catarata
· Surdez
· Problemas cardíacos congênitos
· Defeitos no funcionamento de alguns órgãos
· Retardo no crescimento

PREVENÇÃO
Vacinação é o meio mais seguro e eficaz de se prevenir rubéola. A vacina da rubéola é recomendada para todas as crianças. Normalmente, é aplicada em bebês de 12 a 15 meses, mas algumas vezes é administrada antes e durante epidemias. Uma segunda vacinação (reforço) é aplicada rotineiramente em crianças entre quatro e seis anos. A tríplice viral é uma vacina combinada que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Já a vacina tetra viral protege também contra catapora.

RUBÉOLA CONGÊNITA
A Rubéola congênita é uma infecção congênita aparentemente em declínio no Brasil, já que o calendário vacinal atual do Ministério da Saúde possui a tríplice viral e tem feito várias campanhas de vacinação para mulheres em idade fértil.
A infecção pelo vírus da rubéola poderá resultar em várias malformações fetais dependendo da fase gestacional em que ocorreu a infecção (quanto mais precoce a infecção materna, maior a probabilidade de alterações fetais). Ocorrerá defeitos congênitos em aproximadamente 90% dos recém-nascidos infectados nas primeiras 11 semanas de gestação. Já entre a 13ª e 16ª semana gestacional o risco de infecção é menor, sendo o aparelho auditivo o mais afetado. Quando o contágio é adquirido após o quarto mês de gestação, geralmente não ocorrerá malformações fetais nem persistência do vírus.

DIAGNÓSTICO NA GESTAÇÃO
O diagnóstico materno é realizado por meio de sorologia, com presença de títulos de IgM  ou títulos de IgG em elevação.

MODO DE TRANSMISSÃO
A Rubéola é transmitida através de secreções respiratórias (tosse, saliva e espirros) de um individuo contaminado. A transmissão começa uma semana antes do aparecimento das lesões de pele e termina uma semana depois do mesmo.
Hoje, a doença está controlada no Brasil pois a partir de 1992 a vacina MMR, contra caxumba, sarampo e rubéola foi adicionada ao calendário vacinal brasileiro. Além disso, são realizadas campanhas periódicas para vacinação de mulheres em idade fértil a fim de evitar a rubéola congênita.
Assim, uma mulher que pretende engravidar deve observar se apresentou vacinação para rubéola e se não tem a informação se vacinar e aguardar um mês para engravidar. A vacina não pode ser realizada durante a gestação.

HISTÓRIA CLÍNICA
Mais de 50% dos RN infectados são assintomáticos. As principais manifestações clínicas são: deficiência auditiva neurossensorial geralmente bilateral, sendo esta a manifestação clínica mais comum da rubéola congênita.
Além disso, os recém nascidos podem apresentar diminuição do crescimento intra-utero, manifestações cardíacas, manifestações oculares (catarata geralmente bilateral, glaucoma, microftalmia), microcefalia (diminuição do crescimento cerebral), meningoencefalite, lesões ósseas.

DIAGNÓSTICO NO RECÉM-NASCIDO
O diagnóstico do RN é sugerido pela presença das manifestações clínicas da rubéola congênita. O diagnóstico laboratorial da rubéola é sorológico semelhante ao materno. O diagnóstico sorológico do RN ocorre se houver presença de IgM positivo no sangue. Se o neonato apresentar IgM negativo e IgG positivo, o acompanhamento sorológico deverá ser mantido, com testes pareados para se avaliar a persistência ou os títulos ascendentes de IgG, que também sugere o diagnóstico da patologia.
Além do diagnóstico sorológico, a síndrome de rubéola congênita pode ser confirmada pelo isolamento do vírus em secreções nasofaríngeas, conjuntiva, urina, fezes, líquor, sendo mais utilizado o swab de nasofaringe. O neonato pode eliminar o vírus durante vários meses, em geral, durante todo o primeiro ano de vida.

ACOMPANHAMENTO DO RECÉM-NASCIDO
Todo RN com suspeita de rubéola congênita deverá realizar avaliação audiométrica e oftalmológica, hemograma, radiografia de ossos longos, ecocardiografia e ultrassonografia transfontanela (popularmente conhecido como mulera).

TRATAMENTO
Não existe tratamento medicamentoso para o vírus da rubéola congênita, porém algumas malformações são passiveis de correção cirúrgica como as cardiopatias congênitas e catarata.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
A enfermagem atua quanto à prevenção da doença, sendo a vacinação a única maneira de preveni-la. O esquema vacinal vigente é de uma dose da vacina Tríplice viral aos 12 meses de idade e um reforço entre 4 e 6 anos. Caso a mulher chegue à idade fértil sem ter sido previamente vacinada, deverá receber uma dose da vacina tríplice viral. Portanto a Enfermagem atua na orientação e educação referente a esta doença, devendo ressaltar a importância da imunização, exigindo empatia e responsabilidade por parte da enfermagem quanto à educação, a fim de promover a compreensão e aliviar qualquer culpa que a paciente possa a vir sentir. Sabendo que o Rn adquiriu rubéola durante a gestação, deverá ser acompanhado no primeiro ano de vida.
· Orientar quanto ao o uso de medicamentos conforme a prescrição médica para aliviar a febre e o desconforto causado pelas dores.
· Orientar para evitar ir ao trabalho, escola, faculdade ou frequentar ambientes sociais, a fim de evitar a transmissão do vírus para outras pessoas.
· Orientar os familiares e quanto ao risco de os mesmo está contaminado.



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